Como já sabemos os canários precisam de alimentos diferentes para cada época do ano e não é diferente com as sementes abaixo segue à lista das quantidades para cada estação do ano:
primavera :
alpiste 700
colsa 100
aveia 150
niger 200
linhaça 100
nabão 150
verão :
alpiste 700
colsa 150
aveia 100
niger 100
linhaça 100
nabão 100
outono
alpiste 1000
colsa 150
niger 150
linhaça 150
aveia 100
nabão 100
inverno :
alpiste 800
aveia 150
colza 150
niger 150
linhaça 150
nabão 100
tudo colocado em gramas
fica ai um artigo para que o amigo possa montar seu proprio mix caso ache necessario
A MISTURA DE SEMENTES, COMO BALANCEAR
O
canário, como qualquer ser vivo, ingere alimentos para fazer funcionar
seu organismo, isto é: para manter a temperatura do corpo, fazer o
metabolismo funcionar, repor tecidos, trocar penas, se movimentar, se
reproduzir, etc, etc.
São pássaros granívoros e, portanto, as
sementes representam a parte mais importante de sua dieta, que deve ser
complementada por uma ração, antigamente chamada de farinhada. Juntos,
sementes e reação, devem prover e adequar os alimentos fornecidos às
diferentes necessidades de nossos pássaros.
A composição e o balanceamento da mistura de sementes e seu necessário ajustamento a ser discutido neste artigo.
Alimentação X Fases da vida.
Como todo ser vivo, as necessidades de alimentos variam em função das
fases da vida, da temperatura ambiente, do clima em que os canários
vivem. Se estão em muda; a troca de penas é um processo extremamente
penoso e crítico para os pássaros, exigindo elementos nutritivos
especiais, suas necessidades são diferentes, por exemplo, da pós-muda,
quando estão aguardando a nova estação de cria, se exercitando nas
voadeiras, cantando, brigando entre si.
Durante a reprodução, a
cria dos filhotes exige muito das fêmeas, que se estressam e ficam mais
vulneráveis às doenças oportunistas.
De modo simples, podemos
dividir em três, as fases em que os canários têm necessidades de
alimentação distintas: Reprodução, Períodode Muda e Repouso.
Proteínas X Carboidratos X Lipídeos
Proteínas:
São compostos nitrogenados, absolutamente necessários aos processos
metabólicos de crescimento, reposição de tecidos, formação de matéria
viva, massa muscular, esqueleto, muda de penas, etc. Suas necessidades
em períodos de reprodução são críticas para o sucesso da criação.
Carboidratos: São os provedores de energia para o organismo, sendo
necessários para prover calor, fazer funcionar o organismo, enfim, é o
combustível da máquina chamada canário.
Lipídeos: São as gorduras,
(graxas ou extrato de etéreo). São compostos com alta carga de energia
(2,25 vezes mais que os carboidratos). É em forma de gordura que as aves
e os outros animais armazenam energia no corpo para atender às
situações de carência alimentar.
Composição Média das Sementes
Cada semente tem uma composição diferente de proteínas, carboidratos e
lipídeos. Abaixo relacionamos as principais sementes encontradas no
mercado brasileiro:
SEMENTES PROTEINA % CARBOIDRATOS % LIPÍDEOS %
Alpiste 16,6 49,0 6,4
Colza 19,6 18,0 45,0
Aveia 11,3 68,4 8,7
Níger 23,0 17,0 40,0
Nabão 20,7 5,7 40,2
Linhaça 24,2 25,0 36,5
Perila 22,6 10,6 43,2
Cânhamo 18,2 21,8 32,5
O
alpiste é a semente mais importante na mistura. Sua composição de
proteínas, carboidratos e lipídeos é a que mais se aproxima das
necessidades normais dos canários. A qualidade de sua proteína, medida
pelo balanço de aminoácidos e digestibilidade, é alta. O alpiste é
essencial aos canários, e deve entrar na mistura de sementes com, pelos
menos, 60% do total.
A níger uma semente muita apreciada pelo
nossos pássaros, tem elevado teor de proteínas e gorduras. É usada
normalmente como provedor de proteínas na mistura. Como tem altíssimo
teor de lipídeos, sua participação deve ser limitada à 20% do total.
A colza é outra semente que, co0mo a níger, apresenta bom teor de
proteínas e teor de gorduras bastante elevado (45%). Maurice Pomarède,
estudioso francês de canários, alerta para a alta toxidês desta semente,
recomendando restrições à seu uso. Outro cuidado é com relação à
aquisição desta semente no mercado. Freqüentemente, vende-se semente de
mostarda como se fosse colza, com prejuízos evidentes para a mistura.
A aveia é um excelente provedor de energia, muito rico em amido, e
especialmente rico em lisina e cistina, dois dos principais aminoácidos
essenciais. Deve ser utilizada no balanceamento da mistura como o
principal provedor de carboidratos. O risco desta semente é a alta
manifestação de fungos e outras formas de vida indesejáveis, que podem
causar sérios danos à saúde dos pássaros.
A linhaça não é muito
palatável para os canários. Tem alto teor de proteínas e lipídeos.
Administrada durante o período de muda, tem efeito benéfico sobre a
formação das penas.
Balanceamento das Sementes
A
recomendação para nossos canários é que no período de reprodução, os
teores de proteínas sejam mais elevados devido às necessidades dos
filhotes, e os teores de carboidratos e lipídeos sejam menores, pois
assim os canários serão levados à ingerir mais alimentos para atender à
suas necessidades calóricas.
No caso oposto, no período de repouso,
quando as proteínas são menos necessárias, as energias deverão ter seus
teores elevados.
No período de muda, as gorduras são mais
desejadas, pelo efeito positivo sobre a formação das penas, e deposição
de lipocromo. Os grãos escuros (colza, níger, linhaça, cânhamo), usados
sempre com parcimônia devido aos altos teores de gorduras em suas
composições, ajudam nesta fase.
Relação Nutritiva
Um dos parâmetros muito usado no ajustamento dos alimentos às necessidades dos pássaros é a RelaçãoNutritiva (RN).
O que é Relação Nutritiva (RN)?
Nada mais é do que uma fórmula prática, extremamente simples, usada nos
cálculos dos alimentos, que reflete os relacionamentos entre proteínas,
carboidratos e lipídeos, adequando-se às fases da vida de nossos
canários.
Existem outros métodos para balanceamento de rações, bem
mais complexos e completos, porém, para efeito deste artigo,
exemplificaremos o balanceamento apenas pelo fator RN.
Observando-se a fórmula, ela mostra exatamente isto que foi comentado:
Mais proteína e menos energia no período de reprodução e menos proteína e
mais energia no período de repouso. A muda, com RN=4 (limites: 3,5 a
4,5) deve ter os teores intermediários entre as outras fases.
A fórmula prática é a seguinte:
Quais são as necessidades? Ë recomendável que a relação R/N esteja o mais próximo dos seguintes valores:
Reprodução? RN = 3 (limites: 2,5 a 3,5)
Muda? RN = 4 (limites 3,5 a 4,5)
Repouso? RN = 5 (limites 4,5 a 5,5)
Traduzindo estes parâmetros para teores de proteínas, carboidratos e lipídeos, teremos o seguinte quadro:
PERÍODO PROTEÍNAS (%) CARBOIDRATOS (%) LIPÍDEOS (%)
REPRODUÇÃO 16,0 a 18,5 40a 45 6,0 a 8,0
MUDA 14,5 a 15,5 45 a 50 8,0 a 10,0
REPOUSO 12,5 a 13,5 50 a 60 7,0 a 8,0
Comentários Importante:
Da simples análise do RN recomendado para o período de REPRODUÇÃO,
(lipídeos entre 5,5 % e 7,5%), e da verificação dos teores de gordura
das sementes, chegamos à conclusão que não há possibilidade de se obter
com apenas as sementes, as proporções adequadas e desejadas.
O que
fazer? Primeira conclusão: Há necessidade de se usar uma ração que,
oferecida aos canários, equilibre os teores dos elementos discrepantes
na mistura de semente. Como as rações comerciais para canários descrevem
na embalagem os teores destes princípios nutritivos, basta calcular os
teores da mistura de sementes, e assim definir que ração adquirir, em
função dos elementos para balanceamento.
Como o período mais
crítico é o da reprodução, e o teor de proteínas o princípio nutritivo
mais importante mais importante nesta fase, o recomendado é calcular
primeiramente a mistura levando-se em conta o teor de proteína, tentando
manter o mais baixo possível os lipídeos.
Em seguida,
determinaremos que parâmetros deverá conter a ração que vamos usar para
completar a alimentação de nossos pássaros. Usando-se um programa
simples de cálculo, e várias tentativas procurando obter uma mistura de
sementes com proteínas entre 16,0 % e 18,5%, chegamos aos seguintes
resultados para o período de reprodução.
Cálculo do Teor de Proteína:
SEMENTES TEORPROTEÍNA NA SEMENTE QUANTIDADE NA MISTURA TEOR PROTEÍNAS NA MISTURA FINAL MEMÓRIA DE CÁLCULO
Alpiste 16,5 700 11,6 (1)
Colza 19,6 80 1,6 (2)
Níger 23,0 130 3,0 (3)
Aveia 11,3 70 0,8 (4)
Linhaça 24,2 20 0,5 (5)
TOTAL 1000 gr 17,5 %
Cálculo
do Teor de Carboidratos Repetindo os cálculos como mostrados acima,
somente trocando as colunas de proteínas pelas de carboidratos, teremos:
Teor de Carboidratos = 43,2%.
Repetindo mais uma vez para os
lipídeos, teremos: Teor de Lipídeos= 14,6%. Verificação da Relação RN:
RN desejada (REPRODUÇÃO) = 3 (limites: 2,5 a 3,5)
O valor de RN está em 4,3. Porém o desejado é entre 2,5 e 3,5.
Examinando com cuidado os resultados da análise, verificamos que os
parâmetros obtidos se comparam com os desejados da seguinte maneira:
DESEJADO OBTIDO ANÁLISE
PROTEÍNA 16,0 A 18,5 % 17,5 % OK
CARBOIDRATOS 40 A 45 % 43,2 % OK
LIPÍDEOS 6,0 A 8,0 % 14,6 % Muito elevado !
Resumindo:
Vamos necessitar de uma ração com teor de gorduras muito baixo, e
teores de carboidratos e proteínas dentro dos limites acima indicados
para o período de reprodução. Assim, oferecendo-a aos canários, junto
com mistura de sementes acima, teremos a correção do teor de lipídeos, e
conseqüentemente os parâmetros adequados às necessidades de nossos
canários naquele momento.
Em caso de dificuldades em se encontrar
uma ração com os parâmetros desejados, nos restam dois caminhos:
recalcular a mistura de sementes, ou ajustar a ração por adição de
elementos (nutrientes) que reduzam ou elevem os teores fora dos limites
desejados.
Conclusão
O principal objetivo deste artigo
foi mostrar que é importante destinar mais atenção à alimentação de
nossos canários. A mistura de sementes escolhida deve ser adequada à
ração que utilizaremos. Elas não podem ser tratadas de forma separada,
pois são componentes indivisíveis da alimentação das aves.
Memória de Cálculo:
(1) 700 gr / 1000 gr X 16,5 % = 11,6 % Proteína
(2) 80 gr / 1000 gr X 19,6 % = 1,6 % Proteína
(3) 130 gr / 1000 gr X 23,0 % = 3,0 % Proteína
(4) 70 gr / 1000 gr X 11,3 % = 0,8 % Proteína
(5) 20 gr / 1000 gr X 24,2 % = 0,5 % Proteína
Márcio Fernandes Juiz - OBJO/FOB – Revista CRAC-1998
domingo, 21 de outubro de 2012
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