O momento do acasalamento, é do
ponto de vista técnico o mais importante do ano para o sucesso de
um criador. É muito comum vermos pessoas entusiasmadas comprarem
exemplares de altíssimo valor genético durante anos e anos,
e nunca conseguirem os resultados esperados nos concursos. Outros gastam
rios de dinheiro com matrizes excelentes, e obtém resultados efêmeros
carentes de continuidade, conquistando prêmios ora com uma cor, ora
com outra, sem conseguir firmar um padrão de qualidade numa determinada
cor ou linha.
A alimentação é correia, o criadouro um brinco, tudo está correio, menos uma coisa...... Os casais foram mal montados.
A alimentação é correia, o criadouro um brinco, tudo está correio, menos uma coisa...... Os casais foram mal montados.
Quando chegam os meses de julho/agosto,
alguns criadores pegam as suas matrizes, coçam a cabeça
e procuram "montar" o "quebra-cabeças" tentando achar uma lógica
no trabalho efetuado, na esperança de que no próximo ano
apareçam pássaros excepcionais.
Qual será o caminho certo para aproveitarmos
ao máximo o potencial dos nossos reprodutores? De que forma poderemos
obter filhotes ainda melhores do que os pais?
Procuraremos analisar estes aspectos que
considero a espinha dorsal de um criadouro bem sucedido.
Em primeiro lugar, devemos tomar consciência
que as aves tem dois elementos à serem considerados: a) fenótipo:
tudo aquilo que nela vejo b) genótipo: todas as características
herdadas dos pais, visíveis ou não.
Assim sendo, deduzimos que exemplares muito
bonitos, poderão transmitir ou portar características totalmente
indesejáveis. Isto nos leva a pensar muito bem na hora de comprar
os reprodutores, no sentido de nos assegurar de que um canário muito
bonito não porte alguma "bomba" que venha a estragar o resultado.
Imaginando que todos estes cuidados foram
tomados, que estamos de posse de um plantei de alto nível, devemos
mesmo assim tomar consciência de que não existe o canário
perfeito. Sempre há o que melhorar num exemplar, por melhor que
ele seja.
Entra aqui a nossa técnica de acasalamento
que tentaremos explicar.
Devemos dividir todas as características
que os juizes irão avaliar em dois grandes grupos que chamaremos
da seguinte forma:
1. Máxima expressão
2. Expressão intermediária
MÁXIMA EXPRESSÃO
Algumas das características à
serem selecionadas e observadas na hora do acasalamento, devem buscar sempre
o máximo, sem limites.
Assim, por exemplo, o vermelho deve ser o mais vermelho possível, o branco o mais branco possível, os cobres, verdes e azuis, o mais negros possíveis e o seu desenho (assim como nos canelas) o mais largo possível, a plumagem o mais sedosa possível, máxima redução do schimell nos intensos, máxima redução da feomelanina nos melânicos clássicos etc. etc.
Todos estes casos e muito outros, são de relativa facilidade, pois sempre deveremos acasalar macho e fêmea o mais vermelhos possível, com a plumagem o mais sedosa possível, etc. etc.
Assim, por exemplo, o vermelho deve ser o mais vermelho possível, o branco o mais branco possível, os cobres, verdes e azuis, o mais negros possíveis e o seu desenho (assim como nos canelas) o mais largo possível, a plumagem o mais sedosa possível, máxima redução do schimell nos intensos, máxima redução da feomelanina nos melânicos clássicos etc. etc.
Todos estes casos e muito outros, são de relativa facilidade, pois sempre deveremos acasalar macho e fêmea o mais vermelhos possível, com a plumagem o mais sedosa possível, etc. etc.
EXPRESSÃO INTERMEDIÁRIA
A maioria das características fruto
de seleção, representam um equilíbrio entre extremos
indesejados. Ganha aquele que conseguir o "ponto justo" para determinado
fator.
Vejamos alguns exemplos:
Vejamos alguns exemplos:
1-O nevado muito longo é indesejável
e aquele excessivamente curto também. Existe portanto, um ponto
intermediário de exemplares com névoa curta mas visível
e bem distribuída.
2- Os acetinados com desenho muito fino,
perdem contraste, e os que tem desenho muito grosso perdem nitidez. Existe
portanto, um ponto intermediário ideal.
Podemos citar alguns destes inúmeros
exemplos:
- Tamanho grande em excesso ou pequeno
de mais.
- Ágatas com desenho excessivamente
fino e com pouca expressão de negro ou com bom negro, mas desenho
excessivamente largo.
- Canários mosaicos com bom branco
mas pouca expressão de lipocrômo, ou excelente lipocrômo
mas excesso de infiltração.
- Plumagem excessivamente longa ou curta
Isabelinos com desenho excessivamente marcado ou diluído em excesso
A lista é muito extensa e os exemplos
acima pretencem transmitir a idéia de que efetivamente muitos fatores
requerem um cuidado redobrado para alcançar o ideal.
Considerando que nenhum canário
é perfeito, para cada exemplar há em tese um outro ideal
para efetuar um acasalamento bem sucedido. Assim como existe uma única
chave para uma fechadura, podemos dizer o mesmo no caso do acasalamento.
Esta é a explicação do velho ditado de que "de dois
campeões não necessariamente nascerão filhos campeões".
Esta é também a explicação do porque os filhos
poderão nascer com melhor qualidade do que a dos pais.
Resulta portanto, fundamental quando se
trata de fatores de expressão intermediária, que tomemos
muito cuidado na hora de selecionar as matrizes e de efetuar os casais,
no intuito de sempre procurarmos compensar a característica de um
com a do outro para procurarmos o equilíbrio perfeito.
O somatório de virtudes num só
exemplar, redunda em verdadeiras satisfações nos concursos.
Boa sorte, e bom acasalamento!!!!!!!
Agradecimentos ao Álvaro B/as/na - Juiz COM - Rio
de Janeiro- Brasil e ao site Criadouro Kakapo.
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